A coqueluche (tosse comprida ou espasmódica) é doença bacteriana aguda, causada pela Bordetella pertussis. É caracterizada pelos acessos de tosse intensa e não controlável que provoca no bebê dificultando sua respiração. Acomete comumente crianças e pode ser fatal, principalmente em bebês com menos de um ano de idade. Nesta faixa etária mais da metade dos casos de coqueluche necessitam internação hospitalar. Além de ser altamente contagiosa, pode acometer pessoas de qualquer faixa de idade. Nos países desenvolvidos, após a introdução da vacina contra a coqueluche no calendário vacinal da criança, mais da metade dos casos ocorrem nos adolescentes e adultos; estes últimos, quando infectados, servem como reservatórios da doença sendo responsáveis pela transmissão para crianças e, particularmente, bebês durante o primeiro ano de vida. Estudos mostram que 80% dos casos de coqueluche nos bebês são transmitidos pelas pessoas que convivem no domicílio; portanto a vacina tríplice bacteriana está recomendada para as pessoas que cuidam ou moram junto com seu bebê (babás, pais, irmãos, avós), principalmente durante o primeiro ano de vida.
O idoso também é considerado de risco para as complicações relacionadas à coqueluche. Pneumonia, otite e complicações associadas à persistência da tosse podem ocorrer. Asma e fumo podem agravar a doença. A vacinação ou a ocorrência da coqueluche durante a infância não confere proteção a longo prazo; portanto esta vacina está indicada para todos os adultos e os idosos que tenham sido vacinados na infância.
O tétano é uma doença infecciosa de distribuição universal, não contagiosa, que pode acometer homens, mulheres e crianças independentes da idade, quando suscetíveis. Caracteriza-se por contratura generalizada ou não, da musculatura estriada. Apresenta letalidade de 35 a 40% podendo ser ainda mais elevada no idoso. O tétano ocorre nas pessoas que não foram vacinadas ou que receberam esquemas incompletos e é considerado um grande problema de saúde pública para muitos países subdesenvolvidos, inclusive o Brasil.
Na criança, a vacina DTPa (acelular), quando possível, deve substituir a DTP (células inteiras), pois tem eficácia similar e é menos reatogênica. O esquema é de 5 doses, aos 2, 4 e 6 meses com reforço aos 15 meses. Um segundo reforço deve ser aplicado entre quatro e seis anos de idade. Os adolescentes com esquema primário de DTP ou DTPa completo devem receber um reforço com a dTpa, aos 11-14 anos de idade. No caso de esquema primário para tétano incompleto, este deverá ser completado com uma ou duas doses da vacina contendo o componente tetânico, sendo uma delas preferencialmente com a vacina tríplice acelular. Gestantes devem receber, a cada gravidez, uma dose da vacina dTpa a partir da vigésima semana de gestação, com o objetivo de transferir anticorpos protetores contra a coqueluche para o recém-nascido. Aquelas que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante a gestação, deverão receber uma dose de dTpa no puerpério, o mais precocemente possível.
Os adultos com esquema de vacinação básico contra o tétano incompleto ou desconhecido devem iniciar ou completar o esquema de três doses; um reforço a cada dez anos é necessário. Para os adultos não vacinados, está recomendado administrar as duas primeiras doses, com um intervalo mínimo de quatro semanas, e a terceira dose 6 a 12 meses após a segunda. Está recomendado utilizar a vacina dTpa em substituição a uma das doses da vacina contra o tétano e a difteria (dT).