1- Qual a composição da vacina Shingrix?
A vacina recombinante contra herpes-zóster (HZR), conhecida internacionalmente como Shingrix, é uma suspensão injetável da glicoproteína E (gE) liofilizada. Ela é apresentada em um frasco de dose única, a ser reconstituído com o frasco contendo a suspensão de adjuvante AS01B. Após a reconstituição, o volume final da dose unitária é de 0,5 mL. Esta vacina não contém timerosal.
2- Qual a indicação da Shingrix?
Está indicada para a prevenção do herpes-zóster e de suas complicações nos:
a) adultos com 50 anos ou mais (1,2,3);
- 1- independentemente de relato ou não, de episódio prévio de herpes-zóster ou de vacinação prévia com a zostavax;
- 2- não é necessário avaliar evidência de infecção prévia pelo vírus HZ, seja verbal ou laboratorial por sorologia;
- 3- sem limite superior de idade para administração da Shingrix.
b) adultos com 18 anos de idade ou mais com risco aumentado de HZ.
3- Qual o esquema, dose e local de administração da Shingrix?
A Shingrix deve ser administrada em esquema de duas doses (0,5 mL cada): a primeira dose na data escolhida, seguida de uma segunda dose 2 meses depois (0,2 meses); caso necessário, a segunda dose pode ser administrada em intervalo de 2 a 6 meses após a primeira dose (0, 2-6 meses). Caso tenham sido decorridos mais de 6 meses após a primeira dose, a segunda dose deve ser administrada assim que possível; entretanto não é necessário reiniciar o esquema. Caso a segunda dose tenha sido inadvertidamente administrada em intervalo menor que 4 semanas, ela deve ser desconsiderada (dose inválida) e uma segunda dose válida deve ser administrada 2 meses após a dose inválida (intervalo mínimo de 4 semanas após a dose inválida). Nos adultos com 18 anos ou mais que sejam ou que venham a se tornar imunossuprimidos e que possam se beneficiar em completar o esquema vacinal em um intervalo mais curto, a segunda dose pode ser administrada 1 a 2 meses após a primeira.
ATENÇÃO: Esta vacina deve ser administrada por via intramuscular (IM) preferencialmente na região do deltóide.
4- Qual a eficácia da Shingrix na prevenção do HZ?
Nos adultos imunocompetentes entre 50 e 69 anos, a eficácia de duas doses de Shingrix para a prevenção de herpes-zóster foi de 97%.
Nos adultos imunocompetentes com 70 anos ou mais, a eficácia de duas doses de Shingrix para a prevenção de herpes-zóster foi de 91%.
Nos adultos imunossuprimidos, a eficácia para a prevenção do HZ variou de 68% a 91% na dependência da condição imune.
5- Qual a eficácia da Shingrix na prevenção da neuralgia pós-herpética?
Nos adultos imunocompetentes com 50 anos ou mais, a eficácia de duas doses de Shingrix para a prevenção da neuralgia pós-herpética foi de 91%.
Nos adultos imunocompetentes com 70 anos ou mais, a eficácia de duas doses de Shingrix para a prevenção da neuralgia pós-herpética foi de 89%.
6- Qual a duração da proteção da Shingrix?
Nas pessoas imunocompetentes com 70 anos ou mais, a imunidade conferida pela Shingrix permaneceu alta ao longo de 7 anos após a vacinação.
7- Quanto tempo após ter feito a vacina Zostavax, já posso me vacinar com a Shingrix?
Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), deve-se respeitar intervalo mínimo de oito semanas entre a vacina atenuada Zostavax e a vacina recombinante inativada Shingrix.
8- Quanto tempo após um episódio de HZ, já posso me vacinar com a Shingrix?
Não há um intervalo bem definido entre um episódio de HZ e a administração da Shingrix. Entretanto, não se deve administrar Shingrix a pacientes que estejam em curso de um episódio agudo de herpes zoster sendo recomendado aguardar a resolução do quadro clínico.
9- Shingrix pode ser administrada com outras vacinas?
Segundo o CDC, vacinas recombinantes e contendo adjuvantes, como a Shingrix, podem ser administradas concomitantemente, em diferentes locais anatômicos, com outras vacinas para adultos. O uso simultâneo da vacina HZ inativada com as vacinas influenza (fluarix tetravalente), pneumocócicas (Pneumovax23, PPSV23, PCV13) e tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa-GSK) foi estudado e mostrou-se seguro, sem qualquer interferência na resposta imune às vacinas.
Dr. Ronaldo Rozenbaum,
Diretor médico da Prevcenter