Vírus Sincicial Respiratório (VSR)

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é um vírus sazonal altamente contagioso o qual circula concomitantemente com outros vírus respiratórios.

O VSR é transmitido por inalação ou pelo contato com secreções respiratórias das pessoas infectadas. Ele se propaga facilmente, inclusive no domicílio. O número médio (R0) de pessoas que serão contagiadas quando um indivíduo infectado estiver em contato com uma população completamente suscetível é de ~ 3. As pessoas infectadas são tipicamente contagiosas durante 3 a 8 dias, embora os adultos mais velhos possam propagar o vírus por períodos mais longos.

Epidemias sazonais do VSR com duração de até cinco meses ocorrem concomitantemente com temporadas epidêmicas de outras viroses respiratórias.

No Brasil, um país continental, a sazonalidade varia de região para região. No Sul, o pico de VSR ocorre mais tardiamente, entre abril e agosto, concomitantemente com a estação do vírus da influenza. Na região Norte, o VSR circula especialmente no primeiro semestre, no período de chuvas intensas da região, com pico de ocorrência mais precoce. No Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, o vírus circula predominantemente de março a julho.

Globalmente, a sazonalidade normal do VSR foi interrompida pelas medidas de prevenção da COVID-19, aumentando a possibilidade de surtos fora de época pós-pandemia.

O VSR é uma causa muito comum de infecções das vias aéreas, especialmente em crianças. Quase todas as crianças já foram infectadas quando atingem os quatro anos de idade, muitas no primeiro ano de vida. A infecção não proporciona imunidade completa. Assim, a reinfecção é comum, ainda que em geral menos grave. Os surtos geralmente ocorrem no inverno e no início da primavera.

O VSR é a causa mais comum de doença das vias aéreas inferiores em bebês pequenos e é responsável por milhares de hospitalizações, a cada ano, de crianças com menos de cinco anos de idade.

A primo-infecção frequentemente progride a partir de uma doença das vias aéreas superiores acompanhada de congestão e febre, passando a envolver as vias aéreas inferiores causando com mais frequência bronquiolite e, às vezes, pneumonia com tosse e dificuldade em respirar. As infecções posteriores, em geral, envolvem somente as vias aéreas superiores. A criança com bronquiolite estará mais propensa a ser diagnosticada com asma quando for mais velha.

Crianças com distúrbios subjacentes sérios (como doença cardíaca congênita, asma, fibrose cística, distúrbios neuromusculares ou um sistema imunológico enfraquecido), prematuros e bebês com menos de seis meses de idade correm um risco maior de desenvolver uma doença grave.

Adultos infectados por VSR usualmente apresentam doença leve. Os sintomas podem ser semelhantes aos de outros patógenos respiratórios e, quando ocorrem, são tipicamente associados a infecção do trato respiratório superior.

Alguns adultos podem apresentar sintomas mais graves compatíveis com infecção do trato respiratório inferior. Doença grave associada ao VSR acomete mais comumente aqueles com mais de 60 anos de idade, adultos com doença pulmonar crônica, cardiopatas e aqueles com prejuízo da imunidade.